Módulo2: Preparação de Tintas e dos substratos

Tintas de impressão

As tintas sempre acompanharam o desenvolvimento da humanidade, sendo responsáveis pela comunicação de idéias desde a pré-história até os dias atuais.

A expansão da economia mundial no século passado fez surgir uma variedade muito grande de processos de impressão, capaz de responder as diferentes exigências dos segmentos editorial, promocional, de embalagens, etc. O aparecimento de impressoras mais sofisticadas e velozes, por sua vez, demandou uma adaptação e especialização das tintas para atender às necessidades técnicas das máquinas dos diferentes tipos de substratos que se multiplicavam.

A área gráfica cumpre uma missão muito importante e gratificante que é o de registrar e perpetuar o conhecimento humano, através de linguagens impressas, tarefa na qual têm papel fundamental. Nesse artigo veremos de forma sucinta os principais aspectos desse produto.

A tinta na serigrafia


 A determinação do tipo correto de tinta a ser utilizado no processo serigráfico escolhido vai influenciar diretamente na qualidade e produtividade do trabalho.

Em serigrafia há um tipo de tinta para cada superfície. Assim, a mesma tinta utilizada para se imprimir um determinado tipo de tecido não serve para a impressão de plásticos.

Os fabricantes de tintas fornecem literatura para evitar a utilização inadequada de seus produtos, informações importantes como poder de cobertura, resistência à luz, tempo de secagem, etc.

Classificação das tintas e o tempo de secagem:

Sintéticas
­Muito utilizadas em trabalhos onde a durabilidade seja requerida.
Sua secagem lenta limita a tiragem, mas apresenta preço bastante acessível.

Vinílica
­Possui secagem rápida pela evaporação do solvente.

 Epóxi
­A base de resina ou epóxi, solúvel em solventes. A secagem ocorre pela reação química entre a tinta e o catalisador.

 Poliamídicas
­A base de resinas poliamídicas termoplásticas, solúveis em solventes. Indicadas para impressão de sacolas plásticas e faixas promocionais.

Qualquer que seja a tinta utilizada, quando não se dispõe de meios mecânicos para secagem, é muito importante a ventilação do ambiente de impressão para uma rápida e eficiente secagem.

A maioria das tintas seca a temperatura ambiente, mas existem algumas que não secam ao ar, sendo necessária a utilização de uma estufa.

O processo de secagem ao ar ocorre em duas fases distintas que são:

a) secagem ao toque;
b) secagem definitiva.
 Por secagem ao toque entende-se que depois de algum tempo (geralmente uma ou duas horas), o impresso pode ser manuseado sem lhe causar danos.
 A secagem definitiva ocorre em geral, depois de 24 horas. As fábricas de tintas geralmente informam qual o tempo necessário para cada fase de secagem.

O serígrafo deve analisar a peça a ser impressa para depois escolher a tinta apropriada. Um material cuja impressão deve durar por apenas 15 ou 20 dias, pode ser impresso com qualquer tinta de baixo custo.

Por outro lado, uma peça que deve ser exposta durante anos só pode ser impressa com uma tinta com boa resistência à luz.

A composição da tinta

Resina:
Polímeros de médio ou alto peso molecular, geralmente apresentando estrutura de considerável complexidade, forma amorfa e, na grande maioria dos casos, com composição inteiramente orgânica. As resinas são solubilizadas em solventes aromáticos ou alifáticos (de cadeia aberta), formando o veículo da tinta. O veículo tem as funções de envolver as partículas de pigmentos de tal maneira que formem um conjunto homogêneo, permitindo o seu transporte desde o tinteiro até a superfície do substrato de impressão, no qual formará uma película plana e uniforme devido à ação filmogênea das resinas.

Pigmentos:
Partículas cristalinas coloridas, orgânicas ou inorgânicas, que normalmente são insolúveis, não sendo afetadas física e quimicamente pelo veículo ou pelo substrato nos quais são aplicadas. Entre suas propriedades podemos destacar força tintorial, opacidade, brilho, resistência física e química. São divididas em pigmentos ativos, que conferem cor/opacidade, e inertes (cargas), que conferem certas propriedades como diminuição de brilho e maior consistência.

Aditivos:
Produtos que são adicionados à tinta para transmitir algumas características especiais, necessárias à sua aplicação. Ceras, dispersantes, plastificantes, biocidas e anti-espumantes são exemplos de alguns dos aditivos mais utilizados.

Solventes: Geralmente utilizam-se hidrocarbonetos aromáticos ou alifáticos, de baixo ponto de ebulição, para a solubilização das resinas e acerto da viscosidade das tintas.

A Fabricação da tinta

O mercado depende largamente do contínuo fluxo de desenvolvimento de novas resinas em função do aparecimento de uma infinidade de substratos no mercado de embalagens. Assim, torna-se muito importante o conhecimento tanto do fabricante de resina quanto dos fabricantes de tintas de impressão dos fatores que inter-relacionam esses produtos física e quimicamente.

Sabemos que as principais propriedades e características de uma tinta de impressão provêm das resinas utilizadas. Algumas características, como secagem, brilho, adesão, flexibilidade, dureza, resistência à abrasão e resistência química, são intrínsecas ao tipo de polímero utilizado na preparação daquele determinado veículo resinoso. Podemos ainda considerar outras propriedades importantes que os veículos devem satisfazer como a efetiva interação com o pigmento e as exigências físico-químicas do processo de impressão.

Contudo, tais atributos, que determinam a melhor adequação do tipo de resina à tinta e ao processo de impressão, dependem do intercâmbio de informações das partes envolvidas no desenvolvimento dos produtos e da especificidade de cada trabalho.

Etapas de fabricação

O processo de fabricação da tinta segue uma série de etapas seqüenciais, quando a formulação deve ser rigidamente observada e obedecida.

1. Avaliação e controle da matéria-prima
2. Pesagem das matérias-primas obedecendo à formulação
3. Pré-Mistura. Mistura de resinas, pigmentos e aditivos em equipamento de alta precisão
4. Moagem. A pasta obtida na pré-mistura passa pelo moinho para destruir os aglomerados de pigmentos, formando assim pequenas partículas
5. Completagem. O produto obtido na moagem fica armazenado em tanques e será levado para os dispersores, nos quais se completará a formulação através da adição dos aditivos que forem necessários
6. Tingimento. É a etapa onde se acerta a cor da tinta, conforme o padrão estabelecido
7. Controle da qualidade. Nessa etapa, os produtos são submetidos a rigorosas análises para observação de viscosidade, brilho, cobertura, cor e secagem. Após aprovação, são liberados para colocação nas embalagens
8. Embalagem. Os produtos são filtrados e enlatados para serem enviados à expedição.

Os principais controles realizados nas tintas

Vamos conhecer alguns testes que os fabricantes de tintas realizam para verificar as características reológicas, ópticas e físicas das tintas fabricadas.

- A viscosidade é uma medida de resistência que a tinta oferece para fluir, e é responsável pela transferência da tinta, nitidez de impressão de pontos de retícula e pela formação de uma película uniforme sobre o substrato.

- O tack é uma medição de capacidade de adesão que as tintas pastosas possuem, devendo ser alto o bastante para realizar a transferência da tinta na rolaria, mas não a ponto de causar o arrancamento de fibras ou cargas minerais da superfície dos substratos celulósicos de impressão

- O poder tintorial é a medição do poder corante fornecido pelos pigmentos contidos em uma tinta, geralmente utilizada com um espectrofotômetro. Uma tinta com poder corante alto é preferível, pois exigirá uma carga de tinta menor para atingir a cor desejada, reduzindo o gasto de tinta e permitindo uma secagem mais rápida da película de tinta impressa.

- A granulometria é a medição do grau de moagem e dispersão dos pigmentos no veículo de tinta e é realizada com instrumento chamado grindômetro. Uma tinta com moagem deficiente ficará muito abrasiva e causará desgaste prematuro da forma de impressão, ao passo que uma tinta bem moída apresentará maior poder corante, reduzindo a carga de tinta aplicada e o tempo necessário para a secagem.

- O brilho é a medição no nível de reflexão especular da superfície da película impressa. A leitura de brilho dos impressos é realizada no ângulo de 60º. É responsável por realçar as imagens impressas.

Características Reológicas da tinta

Característica reológica de uma tinta é todo um conjunto de parâmetros que determinam sua consistência, estando ou não sob influência de efeitos físicos externos, tais como temperatura e ação mecânica. Assim, são características reológicas a viscosidade, a rigidez, a tixotropia e o tack.

Viscosidade
É a menor força capaz de manter uma tinta gráfica fluindo, ou seja, é a resistência que esta oferece diferentes valores de força empregados sobre ela. A medição é efetuada no viscosímetro laray e sua unidade de medida é o poise.

Rigidez
É a menor força capaz de fazer uma tinta gráfica começar a fluir a partir do estado de inércia. Também conhecido como limite de fluidez. A medição é efetuada também no viscosímetro laray e sua unidade de medida é o dinas/cm2.

Tixotropia
É o estado de rigidez aparente que uma tinta gráfica pode apresentar. Mediante agitação, ela se torna fluida, voltando ao estado original quando cessa a agitação.

Tack
É a força necessária para vencer a coesão interna da tinta gráfica, ou seja, para separar um filme de tinta. Também conhecida como liga ou ainda pegajosidade, sua medição pode ser feita no equipamento tack-o-scope ou inkometer.

Essas características são de extrema importância para um bom desempenho de uma tinta gráfica offset durante a impressão, sendo funções da formulação da tinta, do processo de impressão, do equipamento utilizado, do suporte a ser impresso e das condições ambientais do momento da impressão, tais como temperatura e umidade relativa. 

Escolha do papel

Conhecer os papeis existentes no mercado, as suas características e sua melhor aplicação é de extrema importância para o designer, diretor de arte ou produtor gráfico por ser um dos elementos do design que afeta a qualidade do trabalho e por ter um peso significativo no orçamento de produção.

Quando se trata de escolher o papel uma das primeiras questões que temos que colocar é: será que funciona na impressora a utilizar?

Podemos dividir os papeis em 3 grandes categorias: os revestidos, os não revestidos e os reciclados - couchés, fine papers e reciclados.

Grande parte dos papeis são feitos a partir da mistura de vários tipos de fibra, conforme as características que se esperam dele.
Para além da madeira outra matéria prima é o próprio papel, que é posteriormente reciclado. As fibras a partir de madeira são consideradas fibras virgens ou fibras de primeira enquanto que as fibras de papel são fibras de segunda.

Podem ser usados três métodos para fabrico da pasta e separar a lenhina da fibra: o mecânico, uma combinação do mecânico com químico e somente químico. Qualquer um destes processos resulta em pastas muito diferentes, que por sua vez originam papéis diferentes.

Um tipo de acabamento muito vulgar no fabrico do papel, dependendo do tipo de papel que se pretende é o revestimento. O revestimento aumenta a opacidade, melhora a suavidade do papel, proporciona melhor adesão da tinta e realça o brilho da própria tinta. Esse revestimento pode ser mate, brilho ou semi brilho.

Características dos papéis

Atualmente, existe uma infinidade de papéis disponíveis no mercado gráfico. Eles podem ser diferenciados por uma série de características específicas que também serão determinantes no uso que esses papéis terão. Vejamos algumas:

Gramatura: é o peso, em gramas, de uma folha de um metro quadrado de papel. Muitas vezes é confundida com a espessura, que é a distância entre as duas faces do papel. Realmente, em papéis do mesmo tipo, quanto maior a gramatura, maior a espessura, mas papéis diferentes podem ter a mesma gramatura e apresentar espessuras diferentes. Existem gramaturas adequadas para cada aplicação. Por exemplo, o papel de um livro deve ter uma gramatura baixa o suficiente para não dar muito volume quando as folhas estiverem juntas, mas alta o suficiente para resistir ao manuseio e não apresentar transparências. Já uma caixa de embalagem deve usar um papel de gramatura maior, de preferência acima de 320g, conhecido como papel cartão.

Rigidez: é a resistência da folha a ser curvada. Papéis de baixa rigidez podem quebrar-se ao serem curvados.

Sentido da fibra: as fibras dispersas na pasta que forma o papel se acomodam num mesmo sentido, também chamado de “sentido de fabricação do papel”. Nesse sentido, o papel possui mais facilidade para dobrar ou rasgar.

Porosidade: é a capacidade do papel de ser atravessado pelo ar sem se romper.

Acabamento: conjunto de características ligadas à aparência e à textura do papel, como a aspereza, o brilho, a maciez.

Resistência: o papel pode ter resistências variáveis a diversas forças ou ações, como tração, rasgo ou dobras.

Revestimento: o revestimento é aplicado sobre a face do papel e confere a ele algumas características. O papel revestido é menos áspero e mais uniforme, com maior opacidade, brilho e alvura, e também possibilita maior qualidade de impressão. O papel pode ser revestido em apenas um ou em ambos os lados da folha.

Opacidade: capacidade do papel de barrar a passagem da luz.

Brilho: capacidade da superfície do papel de refletir a luz de forma especular, em vez de difundi-la em todas as direções. O brilho é uma propriedade ótica, que valoriza as imagens, mas dificulta a leitura de textos.

Alvura: capacidade do papel de parecer mais branco é determinada pela reflexão da luz. Existem papéis denominados “alta-alvura”, nos quais é adicionado alvejante ótico. Assim como os papéis muito brilhantes, seu uso não é indicado para livros ou outros produtos em que é necessária a fixação da vista por mais tempo.

Brancura: muito confundida com alvura, é a capacidade de refletir de modo balanceado todos os comprimentos visíveis de onda, o que permite que a cor do papel não interfira na cor da impressão.

Lisura: relacionada à irregularidade da superfície do papel, é maior quanto mais plana for essa superfície.

pH superficial: propriedade de acidez ou alcalinidade de um papel é fundamental em determinados processos eletrostáticos de impressão.

Absorção da tinta: capacidade do papel de ser “atravessado” pela tinta. Os papéis para impressão devem permitir uma absorção da tinta adequada, que “vaze” para o outro lado, o que causaria sérios defeitos no impresso.

Imprimiabilidade: aptidão do papel para receber impressão, de modo que se gaste o mínimo de tinta para se obter um ponto com boa nitidez.

Tipos de papel

Dentre os principais papéis utilizados no meio gráfico, temos:

Papel jornal: mais barato e com menos resistência e durabilidade, é produzido com alta percentagem de pasta de celulose mecânica. Geralmente apresenta uma cor mais escura, é mais áspero e possui gramaturas mais baixas. Próprio para jornais, revistas e folhetos promocionais baratos.

Papel offset: especialmente preparado para receber a molhagem própria do sistema de impressão offset, é produzido com pasta química, com 100% de celulose branqueada, possui boa colagem e é revestido. Utilizado para uma vasta gama de produtos, dentre eles livros, revistas, cartazes, folhetos etc.

Papel sulfite: produzido com pasta química branqueada, possui baixa aspereza e é muito utilizado para cadernos, envelopes e formulários.

Papel acetinado: produzido com pasta química branca, possui revestimento e colagem acentuada. É calandrado, o que proporciona a esse papel um bom nível de brilho e lisura. Também é utilizado para livros, revistas, folhetos etc.

Papel apergaminhado: também conhecido como "AP", é produzido com pasta química e possui superfície de alta lisura. É indicado para produtos voltados para a escrita, como cadernos, envelopes, papéis de carta etc.

Papel bíblia: também conhecido como papel Índia, é um papel fino, com gramatura padrão de 45g, e alta opacidade. Suas características o tornam ideal para impressos que possuem grande quantidade de informações, como as Bíblias, de onde vem o seu nome, os dicionários e as enciclopédias.

Papel vergé: produzido com pasta química, costuma ser colorizado e possui texturas de linhas regulares. É mais encorpado e possui aparência refinada, por isso é muito usado em papelaria.

Papel couché: produzido com pasta química, leva uma camada de cola e um revestimento, o que o confere um alto grau de alvura e uma aparência mais nobre. Sua superfície pode ser fosca (mate), semi-fosca ou brilhante (lisa). É muito usado para folhetos, revistas catálogos e miolos de livros mais sofisticados.

Papel "florpost": produzido com pasta química e com baixa aspereza, é também conhecido como "segunda via", por ser muito utilizado como segunda via de notas fiscais e outros documentos. Pode vir em várias cores, como azul, rosa, verde ou amarelo.

Papel monolúcido: produzido com pasta química branqueada, cargas minerais e cola, é calandrado em uma das faces, que possui superfície mais brilhante, lustrosa. É muito usado para cartazes, rótulos e embalagens.

Papel kraft: produzido com pasta química de fibra longa, muitas vezes misturado com pasta mecânica, é altamente resistente e, por isso, muito utilizado em sacos e embalagens. Pode ser natural ou branco, sendo que o primeiro apresenta uma cor parda.

Papel cartão duplex: tipo de papel constituído por duas fases de composição e muitas vezes até de cor diferente. A primeira camada possui melhor qualidade e é semelhante a um papel couché, produzido com pasta química e revestimento. Já a segunda, produzida com pasta mista, costuma possuir maior gramatura e conferir resistência ao papel, que é utilizado para embalagens tipo cartucho, caixas e pastas.

Papel cartão triplex: similar ao anterior, apresenta uma terceira camada com o mesmo aspecto da primeira, de modo que a camada mais grosseira forme seu miolo. Também é recomendado para a produção de embalagens.

Papelão ondulado: composto por dois elementos, uma folha ondulada que servede miolo para duas capas compostas por folhas planas. Geralmente, é produzido com pasta mista, de qualidade mais baixa e cor amarelada, mas de alta resistência. É muito utilizado para embalagens de transportes, principalmente de materiais frágeis, como vidros.

Atualmente, com a evolução da indústria papeleira e o aumento da demanda por novidades no segmento gráfico, é possível encontrar vários outros tipos de papéis, com especificidades as mais diversas, tais como papéis metalizados ou adesivos, por exemplo.

Outros substratos

Como já dissemos, o papel é o mais importante suporte da indústria gráfica, mas não é o único, e com a evolução tecnológica a variedade de suportes possíveis aumenta cada vez mais. Veja a seguir alguns suportes relevantes:

Tecido: um dos principais suportes da serigrafia é usado comumente para estamparia. No entanto, ultimamente não é mais tão impensável vermos capas de livros e embalagens feitas com tecidos diversos.

PVC: junto com outros plásticos derivados do petróleo, são muito comuns na confecção de embalagens flexíveis, displays promocionais, sinalização indoor e outdoor e brindes.

Filme: pode ser brilhante, transparente ou adesivo, oferece excelente qualidade na impressão de imagens. É muito utilizado para displays indoor ou outdoor. Os filmes translúcidos são indicados para displays to tipo backlight.

Alumínio: mais utilizado para embalagens, como latas de refrigerante ou cerveja, recebe boa impressão pelo processo flexográfico.

Lona: especialmente indicada para trabalhos pesados, suportam alta carga de tinta e oferecem boa qualidade na impressão de imagens. Indicada para confecção de faixas, displays e banners, inclusive para uso externo, pois possui boa resistência ao tempo.

Vinil: assim como a lona, suporta boa carga de tinta e é usado para impressões pesadas, sendo indicado também para uso em banners, displays e sinalizações, interna ou externa. Possui uma boa variedade de cores, pesos e texturas. Normalmente, o vinil já vem com adesivo em sua face posterior. Uma variedade cada vez mais comum do vinil é o see-through one way, que possui transparência parcial em apenas uma das faces. Essa variedade é utilizada para displays em janelas e vidros de automóveis.

Cor: fenômeno ótico

Esse fenômeno é provocado pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, as quais transmitem impressões para o sistema nervoso, permitindo diferenciar os objetos do espaço com maior precisão.

Deve-se observar que:

o branco, é a ausência total de cor, ou seja, é a luz pura e
o preto, é a ausência total de luz, ou seja é a não reflexão de cores.

Portanto, a cor resulta da existência da luz. E branco e preto não são cores, mas características da luz, que convencionamos chamar de cor. Na ausência de luz não há cores, existe apenas o preto.

Em 1676 o físico inglês Isaac Newton demonstrou, utilizando um prisma de três faces, que a luz branca podia ser decomposta em 7 cores: violeta, azul, ciano, verde, amarelo, laranja, e vermelho. Na natureza essa decomposição origina o arco-íris. Ao incidir nas gotas de água da chuva, os raios da luz solar que atravessa sob as nuvens se decompõem nas várias cores.

A luz do sol contém vários tipos de radiação que constituem o espectro eletromagnético, sendo que cada comprimento de onda corresponde a um tipo de radiação.

A cor é relacionada com esses diferentes comprimento de onda do espectro eletromagnético, do qual apenas uma parte, o espectro visível, pode ser percebida como uma sensação, pelas pessoas e por alguns animais, por meio dos órgãos de visão. Essa faixa varia entre 380 e 750 nanômetros.

Ondas mais curtas compõem o ultravioleta, os raios-X e os raios gama. Ondas mais longas contêm o infravermelho, o calor, as microondas e as ondas de rádio e televisão.

 Cores do espectro visível

Considerando as cores como luz, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de luz.



A cor de um objeto é determinada pela média de freqüência dos pacotes de onda refletidos por suas moléculas, quando a chamada luz branca incide nesse objeto.

Portanto, um corpo terá determinada cor se não absorver os raios correspondentes à freqüência daquela cor.

Convém ressaltar que podemos:

ver o que nos rodeia porque os corpos refletem a luz que os ilumina. Acor que enxergamos é a luz refletida por um corpo;

distinguir os corpos por terem a capacidade de refletir a luz de modo diferente.

Cor-Luz e Cor-Pigmento

Deve-se distinguir duas linhas de pensamento: a cor-luz e a cor-pigmento. Mas, pensar em cor sem falar de luz é impossível, mesmo quando se trata da cor-pigmento, pois a luz é imprescindível para a percepção da cor.

A cor-luz origina-se diretamente de corpos luminosos. Exemplos: luz do sol, das estrelas, de lâmpadas, de monitores (de computador)...

A cor-pigmento é a luz refletida pelo corpo, fazendo com que o olho humano perceba esse estímulo como cor.

Assim, a pintura e as outras artes plásticas baseiam-se na cor-pigmento. Já a fotografia, o cinema, a televisão e a arte eletrônica baseiam-se na cor-luz.

Cores Primárias, Secundárias e Terciárias


  

Cor primária é uma cor que não pode ser decomposta em outras cores. E nunca é obtida a partir da mistura de outras cores.

Entretanto, as cores primárias não são uma propriedade da luz, mas um conceito biológico, baseado na resposta fisiológica do olho humano à luz.

O olho humano normal possui três tipos de receptores, chamados cones.

Há três tipos de cones, que respondem a comprimentos de onda diferentes: vermelha e laranja, verde e amarelo e azul e violeta. O primeiro tipo é denominado R (red), o segundo G (green) e o último B (blue). Eles originaram o sistema RGB ( Red, Green, Blue = Vermelho, Verde, Azul).  




 
A retina apresenta os cones distribuídos de forma irregular: 94% são do tipo R e G, e só 6% são do tipo B. A presença do terceiro cone é uma característica dos primatas, ao qual pertence à espécie humana. A maioria dos mamíferos só possui dois cones.
 

O terceiro cone que desenvolvemos, além de mais informação sobre cores, nos dá uma melhoria na percepção de contrastes, gerando uma vantagem na competição por alimentos e na vida nas copas das árvores.

As cores vermelho, verde e azul são consideradas cores primárias em fontes de luz, pois cada uma delas pode estimular os cones de forma praticamente independente, proporcionando uma ampla gama de cores.

Observação: outras espécies de animais possuem quatro cones, como muitas aves e marsupiais, o que lhes possibilita ver freqüências de cor que são invisíveis ao olho humano, na faixa do ultravioleta. A maioria dos mamíferos, entretanto, tem somente dois receptores. Assim, para eles, só há duas cores primárias.

A teoria das cores diz que misturando cores primárias, pode-se obter qualquer cor. (Lembrar que para cor-luz as cores primárias são vermelhas verdes e azuis e para cor-pigmento são vermelho, amarelo e azul).

Quando duas cores primárias são mescladas, em partes iguais, duas a duas, elas geram outras 3 cores: ciano, magenta e amarelo, chamadas de cores secundárias.

Sistemas RGB e CMY

RGB (Red Green Blue) é o sistema da cor-luz  são as cores aditivas, CMY (Cyan Magenta Yellow) é o sistema da cor-pigmento são as cores substrativas.

No sistema RGB as cores primárias são vermelho, verde e azul e as secundárias são ciano, magenta e amarelo. A junção de todas as cores-luz resulta na luz branca.

Já no sistema CMY as cores primárias são ciano, magenta e amarelo e as secundárias, vermelho, azul e verde. A junção de todas as cores-pigmento resulta na cor preta.

O sistema CMYK é usado pela indústria Gráfica em vários processo de impressão. Usa o preto (Black, K) e as cores do CMY.

No caso aditivo (no sistema RGB, usado em fontes de luz), as cores secundárias são formadas por:

- Ciano - azul e verde
- Magenta - azul e vermelho
- Amarelo - vermelho e verde

 
       RGB (aditivo)               

No caso subtrativo (sistema CMY, usado em impressão gráfica), as cores secundárias são formadas por:

- Vermelho - magenta e amarelo
- Verde - ciano e amarelo
- Azul - ciano e magenta

 
CMYK (substrativo)
Nos dois sistemas, existem também as cores terciárias que são o resultado de misturas de cores secundárias com cores primárias.

Cor terciária é uma cor composta por uma primária e uma secundária.

As cores são sempre as mesmas, e com as mesmas combinações. Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor):

- Preto: Ciano + magenta + yellow
- Verde: ciano + yellow
- Roxo: ciano + magenta
- Vermelho: magenta + yellow



 Cores complementares

Duas cores são denominadas complementares se, quando, ao serem mescladas, produzem o preto, o branco ou alguma graduação de cinza.

Nos sistemas de cores mais perceptíveis, o branco está no centro do espectro e as cores complementares se situam uma ao lado oposta da outra.

Uma cor primária sempre terá uma cor secundária como complementar e vice-versa, sendo sempre contrastantes.

A cor secundária complementar de uma cor primária é aquela formada pelas outras duas cores primárias. Cores terciárias sempre têm outra cor terciária como complementar.

A cores complementares são as que mais diferem umas das outras, pois a secundária não possui sua cor primária complementar.

Nos sistemas RGB e CMY, as primárias de um sistema são secundárias do outro e vice-versa. Desta maneira, afirma-se que são complementares os seguintes pares de cores:

- Vermelho e Ciano
- Verde e Magenta
- Azul e Amarelo

Imagens negativas

Quando alguém fixa os olhos em uma cor única por um período de tempo (30 segundos até um minuto são suficientes) e, imediatamente olha para uma superfície branca, uma imagem com a cor complementar vai aparecer.


 Isto ocorre porque os fotorreceptores de uma cor na retina são fatigados, perdendo a habilidade de enviar informação ao cérebro. Quando a luz branca é vista, as porções daquela cor incidente no olho não são transmitidas eficientemente como as outras cores. O resultado é a ilusão de ver a cor complementar. Quando os receptores permanecem em repouso por algum tempo, a ilusão desaparece.

 
 Mapa de cores

Cada cor é sempre a intermediária entre as duas vizinhas. Em posição diametralmente opostas estão às cores complementares.

Cores análogas
São vizinhas no Círculo das Cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Exemplo: ciano e azul celeste.

Elas criam sensação de uniformidade e, muitas vezes, elegância, mas podem tornar-se monótonas.

"Temperatura" das cores

As cores têm capacidade de parecer quentes ou frias.

Quando se olha o mapa de cores isso fica claro. Algumas cores transmitem a sensação de calor e outras a sensação de frio.

Do lado direito estão os azuis, verdes e roxos. São cores frias, que transmitem sensação de tranquilidade e recolhimento. São cores associadas à época do inverno.

Já no lado esquerdo estão o amarelo, vermelho e laranja, que são cores quentes, vibrantes. São cores associadas à época do verão.

As cores quentes são consideradas excitantes e as cores frias calmantes.

Cores neutras
São aquelas onde não há predomínio de tonalidades quentes ou frias. Em geral tem pouca refletividade de luz. Exemplos: tons de preto, branco, cinza, marrom e bege.




 
O Pantone, ao contrário do que muitos pensam, na verdade é uma empresa e não marca de tinta. Fundada em 1962 em New Jersey, Estados Unidos, a Pantone Inc. é famosa pela “Escala de Cores Pantone” (“Pantone Matching System” ou PMS), um sistema de cor utilizado em uma variedade de indústrias especialmente a indústria gráfica, além de ocasionalmente na indústria têxtil, de tintas e plásticos.

Enquanto o processo CMYK é o método padrão para impressão da maioria dos materiais do mundo, o sistema Pantone é baseado em uma mistura específica de pigmentos para se criar novas cores. O sistema Pantone também permite que cores especiais sejam impressas, tais como as cores metálicas e fluorescentes.

Mas por que a Pantone tornou-se sinônimo de cor? Simples, há mais de quarenta anos a indústria americana de tintas Pantone desenvolveu um sistema numérico de cores de tintas e conseguiu manter uma alta regularidade e padrão na produção destas. Assim, sem nomes regionais ou de aplicação restrita, tornou-se muito mais confiável falar-se em números, que, não são ou estão sujeitos à subjetividade humana do que em nomes, os quais variam e denominam diferentes coisas de lugar para lugar.

Enquanto que a maior parte das cores do sistema Pantone esteja além da gama de cores reproduzíveis pelo CMYK, as que podem ser simuladas pelo sistema de quatro cores (CMYK) são marcadas como tais nas guias da empresa.

São basicamente dois os tipos de produtos desenvolvidos pela empresa, sem contarmos os softwares e equipamentos: os leques ou escalas e as amostras destacáveis. Os leques/escalas são guias de referência rápida que trazem o número da cor e como obtê-la através do método de impressão CMYK, tendo como grande diferencial sua portabilidade e fácil manuseio. Já as amostras destacáveis são derivadas destas escalas e tem por objetivo a comunicação precisa e inequívoca da cor bem como a montagem da identificação visual da empresa/cliente.

É importante lembrar que estes produtos, além de serem guias práticos para formulação e obtenção de cores também são utilizados, na grande maioria das vezes, como referência em áreas anexas e correlatas a outras que a utilização de forma direta. Uma vez de posse da escala e do número que seu cliente especifica, o fornecedor pode identificar corretamente a cor desejada e desenvolver mecanismos para obtê-la.

Entretanto, muitas vezes o processo ocorre de forma equivocada e inversa, onde o usuário desenvolve seu trabalho no computador e lá escolhe a cor desejada, sem levar em conta que, o que está sendo visualizado são luzes cuja gama de possibilidade é infinitamente maior do que as possibilidades de impressão gráfica.

Muitas vezes, com seus monitores e impressoras descalibrados, ao apresentar e vender sua idéia ao cliente mostrando-a no monitor ou impressa através destas impressoras, estes profissionais irão se deparar com um resultado nada agradável, pois irão se utilizar da numeração Pantone obtida no software usado, da referência do monitor ou impressora descalibrados, e de gráficas que muitas vezes não utilizam tintas de qualidade para imprimir seus trabalhos. O final da história todos conhece: insatisfação geral – trabalhos devolvidos, prejuízos para todos e adjetivos ou qualificações desfavoráveis.

Para uma correta utilização dos produtos Pantone, tanto criadores, gráficos, designers, engenheiros de produtos e outros, devem primeiramente escolher a cor que desejam em suas escalas atualizadas. Uma vez escolhida, a cor deve ser aplicada e tratada independente do resultado visualizado na tela ou na impressora de “escritório”. Ao se mandar o trabalho para o fotolito ou diretamente para a gráfica, informe a cor utilizada ou os valores CMYK que deseja obter como resultado.

Uma cor Pantone pode ser facilmente identificado usando-se um conta-fio ou uma lupa. Ao contrário do sistema CMYK, não haverá retícula visível e a cor será chapada.


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2 comentários:

  1. parabens gostei muito do seu blog muito bem explicado.obrigado por compartilhar seu conhecimento

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    1. Obrigado Danillo, mas o mérito pela qualidade dos textos se deve aos sites que pesquisei, pois não saberia como escrevê-los tão bem.
      Posso te garantir que é tudo a mais pura das verdades eu na minha experiência como profissional da área serigráfica trabalho com estes conceitos acima mencionados, e por isso achei justo separar o que tem na internet e postar por que tem muita coisa ruim na net.
      Um abraço

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